Até há pouco tempo, bigode era coisa de galã de novela mexicana, de veteranos do Vietnã ou do ator - que jamais desistiu dele - Tom Selleck. De ninguém mais. Por um grande período foi considerado brega e extremamente antiquado, bem last week. A barba, por sua vez, também passou pelos infortúnios do preconceito: houve um período em que as empresas não permitiam que seus funcionários a usassem, pois isso lhes conferia um ar negligente e falta de profissionalismo. A barba ficou, então, com duas opções: enfeitar a cara de terroristas ou de hippies velhos.
Antes disso, no entanto, viveu seus dias de ouro. Representou inteligência, status e poder. O uso da barba e do bigode já teve diferentes significados, os quais revelavam o contexto sociocultural dos indivíduos que os assumiam.
Na Grécia antiga, por exemplo, usar barba era quase imprescindível entre os filósofos, pois ela era associada à sabedoria. Já na civilização romana, representava status político, além de potência sexual e criatividade. No começo do século 20, uma significativa parcela de profissionais acadêmicos e artistas adotaram o visual. No entanto, a barba, em suas diferentes significações, nem sempre era estereotipada.
Já o bigode (e nossos avôs contam a história com orgulho), há muitos anos, representava honra. Como prova da honestidade de um homem, e para que sua palavra valesse, tirava-se um fio do próprio bigode.
Tal gesto valia, em um acordo, mais do que qualquer documento. Além disso, o homem que o ostentava era visto como perfeitamente capaz de desempenhar os papéis que lhe eram atribuídos, pois um homem de bigode pressupunha segurança, independência e sucesso. O bigode concedia uma posição de prosperidade sócio-econômica. Isso acontecia porque seu uso era quase obrigatório entre as personagens importantes e influentes naquele período, e dessa forma ele era associado à sofisticação.
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